Onde tudo começou

A história começa quando um surdo de Florianópolis/SC, Francisco de Lima Junior e um surdo de Porto Alegre, Nei, foram estudar no Instituto Nacional de Educação de Surdos – INES no Rio de Janeiro/RJ e tiveram a oportunidade de frequentar e conhecer a Associação de Surdos do Rio de Janeiro.

O primeiro passo

Quando veio a Porto Alegre, Francisco visitou, no centro da cidade, o ponto de encontro dos surdos e descobriu que aqui não havia uma Associação de Surdos. Perguntou quem era o líder dos surdos e lhe apresentaram Salomão Watnick, juntamente com David Battastini Filho, o primeiro professor surdo do Rio Grande do Sul.

1955: funda-se a Associação de Surdos-mudos do Rio Grande do Sul

Francisco se reuniu com eles e explicou como funcionava uma Associação e sua importância para a comunidade surda. Salomão se interessou e fundaram, em 5 de outubro de 1955, a Associação de Surdos-mudos do Rio Grande do Sul – ASMRGS, com a diretoria composta apenas por surdos. A sede funcionava em uma sala improvisada na casa dos sogros de Salomão e, posteriormente, mudou-se para a casa de sua mãe, onde morava com a esposa.

1979: inaugura-se a sede oficial da SSRS

O terreno estava ganho, mas faltava a sede. Com isso, os surdos continuavam a se encontrar no centro de Porto Alegre (Rua da Praia). Em 1978, solicitaram ao governador verba para a construção da sede, a qual, em 1979, foi inaugurada.

1967: funda-se a Colônia de Férias dos Surdos em Capão da Canoa/RS

Os surdos gostavam muito de ir à praia, ter seu lazer. Levy, percebendo isso, fez contato com uma pessoa influente, que presenteou a Sociedade dos Surdos com um bom terreno em Capão da Canoa/RS, a quatro quadras da praia. Lá, em 24 de janeiro de 1967, com a ajuda do governo, foi construída e fundada a Colônia de Férias dos Surdos. O movimento no verão era muito grande e até vinham surdos da Argentina. Era um lugar de novas amizades.

Cria-se novo estatuto para a Sociedade dos Surdos do Rio Grande do Sul

Levy atuou como presidente da Sociedade por quatro mandatos e, em hora oportuna, já que estava na instituição há bastante tempo, houve a necessidade de mudança de diretoria. Juracy Irajara Machado Ferreira assumiu a presidência e criou um novo estatuto baseado no estatuto da Associação Alvorada de Surdos do Rio de Janeiro, pois conhecia essa associação. Aconteceram vários campeonatos, festas, jogos e eleições nesse tempo.

1999: a fusão entre a SSRS e a ASMRGS

Em 1999, a mãe de Salomão faleceu e a viúva de Salomão, desconfiada da história do incêndio, procurou e encontrou os documentos perdidos. Juntamente com Juracy, foram ao cartório e tiveram a ideia de fazer uma fusão entre a SSRS e a ASMRGS para criarem a Associação de Surdos de Porto Alegre – ASPOA, pois todo o trabalho feito por Salomão precisava ser reconhecido. Em assembleia geral, a maioria dos surdos aceitou a proposta. Então, foi fundada a ASPOA.

2000: retoma-se e firma-se o nome SSRS – Sociedade dos Surdos do Rio Grande do Sul

Um ano depois, os surdos descobriram que a fusão havia deixado de lado toda a história de 1955 da ASMRGS e não concordaram, pois que o então advogado não havia explicado bem aos surdos. Logo, houve uma assembleia geral e todos aceitaram que a Associação voltasse a se chamar SSRS. Foram ao cartório, acompanhados por um outro advogado, e conseguiram retornar ao nome antigo –Sociedade dos Surdos do Rio Grande do Sul.

2023: Terreno oficial da SSRS – Sociedade dos Surdos do Rio Grande do Sul

O Governador do Estado do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, assinou a lei que autoriza a doação à SSRS, a Lei nº 16.003, de 4 de Outubro de 2023.

Elaboração:
Gisele Maciel Monteiro Rangel
Marcelo Lorensi Bertoluci